sábado, 17 de novembro de 2012


- Nós já fomos apresentados antes, não lembras?
- Não. Quando foi isso?
- Há um ano atrás.
- Mas você tinha esses cabelos?
- Não, eles eram de outro modo.
- Ah, então pode ser verdade, porque agora eu jamais esqueceria esses cabelos.

domingo, 30 de setembro de 2012

Bem querer faz bem


Conversamos sobre sorrisos, feitiços e antigos amores. Atualmente, nossas conversas ainda refletem sorrisos e feitiços, entretanto, o único amor mencionado é o que estamos cultivando e construindo. E nossa, és um jardineiro-pedreiro de mão cheia, querido.
Os dias não são rotineiros ao teu lado. Você sempre traz uma novidade escondida no bolso, uma música no violão que me deixa anestesiada, ou uma piada maluca pra me arrancar gargalhadas. Sim, ando muito feliz por sermos “nós”.
Percebo o quanto me prezas e isso me causa um bem estar enorme. Quando estamos prestes a nos desentender, arranja um jeito rápido para que isso não se prolongue. Evita que o mal se estabeleça e roube nosso tempo. E olha que sou muito, muito teimosa. Mas isso você desdobra tão fácil que... Ah, às vezes não é pra ser tão fácil assim!
De qualquer forma, eu agradeço por cada momento ao teu lado, cada respiração, cada suspiro. Olho para seu rosto e adoro perder minhas mãos em seus cabelos. Não acredito que você me completa, nem vice-versa. Mas tenho certeza que me atribui muito. Que juntos somamos atos que nos diferenciam de forma positiva. Que bom que isso é real.
Não temos prazo de validade, longe disso. Creio que nossa durabilidade é indeterminável. No entanto, enquanto estivermos juntos espero proporcionar coisas boas a ti, e não más. “Que você seja meu bem, e não meu mal”.
Espere, falta uma coisa: é maravilhoso acordar, olhar para o lado, enxergá-lo e sacudi-lo dizendo “Bom dia, meu amor. Já está na hora!”.

domingo, 8 de julho de 2012

Chega de não


Está na hora de se permitir, se deixar levar. Vamos correr riscos, pular no abismo e comer manga com leite. Sim, vamos nos atirar! Sei que estava receosa, mas você me impulsiona. Sabe aquela vontade de cantar na frente de casa uma música do Reginaldo Rossi, com pessoas estranhas passando e te achando a maior louca-varrida-do-bairro? Tá bom, isso é mais minha cara do que sua. A questão é que você me passa uma segurança que não sei explicar. Gosto de me passar por ridícula (de um jeito engraçado) quando estou perto de ti. Gosto quando você fala coisas engraçadas só pra eu ouvir, e isso me arranca risos soltos. Até teu jeito desajeitado me encanta. A questão é que eu cansei de dizer não. E agora eu torço pelos seus acertos, ou alguns erros bobos. Eu tô aqui, tá bom?
E já sinto saudade.

domingo, 4 de março de 2012

Resoluções de Fevereiro


Há muito tempo, muito tempo mesmo, eu falo sobre mudanças. Mudanças em tudo. Mudança na minha alimentação, no meu modo de agir, na minha carreira e, sobretudo, na minha vida. O mês de Fevereiro foi repleto de mudanças. Algumas, no início, foram um tanto cruéis, mas depois eu entendi que aquilo era pouco comparado ao que podia acontecer se demorasse mais ainda. Outras já foram completamente satisfatórias. Contudo, posso afirmar que mudei muito em apenas um mês, e mudei para MELHOR.
Já estamos em Março e falta pouco mais de 30 dias (leia-se 5 de Abril) para eu completar 20 anos. Estou animadíssima! Engraçado, pois nunca fiquei empolgada com meu aniversário, sempre gostei de comemorar os aniversários dos meus amigos, mas o meu... Comer um hot-dog no dia já me deixava muito feliz. Enfim, acredito que essa mudança toda me afetou a gostar mais do meu aniversário. Que bom, me amar mais um pouquinho não fará mal a ninguém. Vou contar algumas coisas singulares que aconteceram em Fevereiro:
 Sonhei com meu avô, e isso dificilmente acontece. Interpretei o sonho ao modo João Bidu, e descobri que sempre que sonho com ele algo de bom me acontece. E eu me sinto mais protegida, também.
 Meu amigo da faculdade, John Clay, indicou-me para o jornal impresso que ele trabalha. Resultado: conversei com o dono do jornal e fui contratada. Atualmente, sou Repórter/Estagiária no Tribuna Amapaense. Tenho certeza que vou aprender muito e conseguir muitas oportunidades. Estou a menos de duas semanas e já possuo publicações. Estou muito feliz.
 Fui ver a Banda passar no carnaval, e fantasiei-me de bailarina. Foi muito divertido! (sei que isso é uma mudança razoável, mas foi a primeira vez que fiz algo do tipo).
 Conheci um dos jornalistas que eu mais admiro nessa profissão. Além de ser inteligente, extremamente simpático, e lindo (tenho que mencionar que ele é LINDO), foi algo que eu não esperava que acontecesse. Fiquei muito emocionada! Tadeu Schimdt esteja sempre à vontade para visitar Macapá. Foi maravilhoso falar com você!
 Recebi meu primeiro ordenado e fui fazer umas compras com o dinheiro que eu conquistei. Ninguém me deu, trabalhei por ele. Nossa, é uma sensação tão boa, um pouco inexplicável. Não sei, acho que estou orgulhosa de mim (risos).
 Essas foram as resoluções mais importantes de Fevereiro. Podem parecer poucas, mas fizeram muito bem a mim. Tenho metas a cumprir em Março, também. Não quero agarrar o mundo com os braços, possa que ele seja muito pesado e, inevitavelmente, desequilibro-me e caio, batendo o cóccix, isso pode me deixar paraplégica, não é? Não sobrecarregarei meus ombros, tenho bastante força, mas não vou abusar. Caminharei com calma, alterando passos lentos e rápidos. O mundo não está em minhas mãos, mas eu estou nas mãos do mundo.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Adios, muchacho!


                    
            E lá se foram os últimos retalhos de amor... Sim, eu tive que jogar tudo fora! Peguei fotos, textos, presentes e qualquer coisa que lembrasse o que restava de nós. Não, não fui imatura. Não, não fui desmiolada. Não, não fui apressada. Apenas percebi que tudo que mantínhamos era uma farsa, uma cilada – direcionada a mim. E não quis ficar com lembranças disso.
            Antes de apagar tudo, olhei cada coisinha, cada detalhe, li cada estrofe. Ironicamente, percebi que toda a encenação estava muito perto de mim, estava no meu computador. Juntei os cacos, pus os nomes aos bois e TCHARAN, lá estava toda a parafernália.
            Minha primeira reação foi me xingar, punir-me por ser basicamente conivente com a situação. Depois, minutos depois, pensei melhor: ”Por que diabos eu estou brigando comigo? Será que intimamente eu queria fazer mal a mim? Claro que não! Eu, antes de qualquer pessoa, me amo incondicionalmente. Jamais gostaria de ser trapaceada. Deixa de pensar besteira, manézona!”. E soltei um sorriso discreto, bobo.
            É injusto passar por situações constrangedoras que você nem procura, nem gosta de estar perto. Só que se for parar para analisar direito, perceberá que é um maldito círculo vicioso. As pessoas vão se envolvendo e acabam puxando outras que não tem nada a ver com a relação, e essas que foram fisgadas acabam puxando outras, e assim por diante... Mas isso é uma questão de caráter e bom senso, se inevitavelmente você foi fisgado, pode dar um basta, se quiser, é claro. Eu dei o meu.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Que lindo que é sonhar


            Quando se é pequeno, não sei por qual motivo, há uma ingenuidade de acreditar que se você pensar direitinho, planejar meticulosamente seu sonho antes de dormir, ele acontecerá naquela noite. Pode ser porque às vezes ele mostra coisas que você fez no seu dia, que seu cérebro ainda está ativo naquele pensamento, e você acaba sonhando. Então, eis a estratégia “milenar” que o faz pensar que comanda seus sonhos, ou seus pesadelos, quem sabe?
            No entanto, após você crescer e prestar o mínino de atenção nas aulas de biologia – chato, mas precisa prestar -, confirmará que foi enganado durante muito tempo, que aquela história de pensar no sonho é pura bobagem. E você fica chateado, mas supera numa boa, sem traumas (pelo menos pra mim não teve problema).
            Antigamente, eu tinha o hábito de rezar e pensar nos meus sonhos antes de dormir. Hoje, rezo esporadicamente (tudo bem, Deus não me ama menos por isso), e nunca mais pensei no que sonhar. Tanto faz se eram sonhos ou pesadelos, tinha outras coisas melhores para gastar meu tempo. Perdi esse hábito há muito tempo, há anos...
            Recentemente, numa noite linda, em que eu não planejara nada para sonhar, tive o sonho mais belo do mundo. Eu estava na casa em que passei boa parte da minha infância, na casa da minha tia, que fica em Belém - PA. E permaneci com a mesma idade que tenho agora, mas a casa ainda tinha o mesmo formato da época em que vivia nela, e o mais importante: ainda tinha uma pessoa que morava lá.
            Ele estava no sofá, e quando o vi fiquei emocionada. Lembro que disparei em direção a ele para abraçá-lo, beijá-lo e dizer repetidamente: “Eu te amo! Eu te amo muito!”. Ele sorria e retribuía meu carinho, dizendo assim: “Eu também te amo muito! Amo você e sua mãe!”. Eu não me contentava de tanta alegria, estava completamente estonteante. Até que ele me pediu licença, e disse que iria a barbearia cortar seus cabelos grisalhos. Eu o deixei ir, infelizmente. No final do sonho, eu estava com minhas malas prontas para voltar à Macapá, e esperava ansiosamente que ele voltasse da barbearia para que eu pudesse me despedir. Ele não chegava. No fundo do meu coração eu senti que não iria mais vê-lo, então resolvi esperá-lo, mesmo que isso custasse a perda do meu vôo. Sentei no sofá e esperei, esperei... Num determinado momento, ouvi um estrondo que não vinha daquela sala. Acordei espantada! Uma pessoa aqui em minha casa fez um barulho grande, sem querer, que me despertou. Quando vi que aquilo não era realidade, fiquei muito triste, muito chateada por não ter conseguido me despedir. Depois, eu pensei: “Será que eu conseguiria dizer adeus?”.
            Contei o sonho para minha mãe, ela ficou muito feliz! Eu passei boa parte do meu dia pensando em como seria se ele estivesse comigo durante todo esse tempo. O quanto ele ficaria orgulhoso em saber que passei no vestibular, que estou seguindo meus estudos. E pensei no futuro, também. O quanto ele ficaria feliz ao comemorar comigo meu primeiro emprego, meu casamento, meu filho (seu bisneto favorito, quem disse que não?). Sei que ele não conseguiria dar umas porradas nos homens que me passaram a perna, mas contratar um assassino de aluguel com certeza passaria pela sua cabeça. Por que não?
            Ri. Chorei. Ri novamente. Chorei de saudade. Esse foi, sem dúvida, o melhor sonho que poderia acontecer e que eu jamais imaginaria. Repito mais uma vez, vovô: “Eu te amo! Eu te amo muito!”.

“Que lindo que é sonhar
Sonhar não custa nada
Sonhar e nada mais
De olhos bem abertos
Que lindo que é sonhar
E não te custa nada mais que tempo...”
(À noite sonhei contigo – Paula Toller).