domingo, 3 de julho de 2011

Na pracinha com Miguel


Não que eu esteja reclamando, até me divirto, há pouco tempo vivi uma situação engraçada, no entanto, deixou-me com um tanto de ciúme. E o causador desse sentimento não é outra pessoa: Miguel.
            De uns tempos para cá, ando percebendo mudanças benevolentes no corpo do meu amor: suas pernas estão mais grossas, seus cabelos negros estão muito sedosos, o verão chegou e o sol proporcionou uma tonalidade perfeita na sua pele; e o seu peitoral é ótimo para eu deitar, ficarmos cheio de aconchegos. Até aqui, problema nenhum.
            Tudo começou quando fomos caminhar na praça, o dia estava nublado e as brisas convidavam o corpo para sair, e nos deparamos com várias pessoas que tiveram a mesma idéia que nós tivemos. Eu estava com uma roupa de ginástica normal, bonita, mas não estava combinando os trajes, e Miguel estava de short preto, camiseta branca e seu tênis de corrida preto (todo manequim de loja). Foi aí que uma garota que vinha na direção oposta olhou para ele como se fosse o último copo de água no deserto, a maçã do paraíso, e nem teve a discrição de disfarçar! E eu, esperei ela passar e brinquei alfinetando:
- Olha só, Miguel, a menina queria te possuir!
- Pois é, amor! Como tu não fazes nada?! Não briga com ela?! Não protege o teu território?! Vai que ela me seqüestra...
- Hã? Como é?! – comecei a rir.
- Isso mesmo, amor! Você viu que ela passou toda mal intencionada para o meu lado, e não fez nada. Reage, mulher! Mostra o teu lado perdigueira!
Não aguentei, comecei a ter uma crise incontrolável de riso daquelas que dói o abdômen, e tivemos que parar num banquinho para eu descansar. Quando me recompus, voltei a falar:
- Miguelito, tu pensas que eu não reparo que tu te arrumas tanto justamente para atrair esses olhares mal intencionados?
- Eu? Que nada, amor! Não me importo com os olhares de outrem. Eu desejo conquistar o teu olhar avassalador, isso sim! – disse com aquele sorriso cínico no rosto.
- Sei, sei... Cansei de caminhar e dessas garotas que te querem. Vamos tomar sorvete?
- Bora!
            E fomos para a sorveteria, fizemos nosso pedido de sempre e, enquanto esperava o rapaz colocar os sorvetes nas casquinhas, eu fiquei observando o quão lindo é o meu amor. Entendo aquele olhar de desejo daquela garota, por uma simples razão: não há como olhar para Miguel e não o querer.

Um comentário:

Lívia Almeida disse...

Adorei, Carol! Alias, adoro as historias com o Miguel!!

xD